Durante o período em que esteve em produção, foram oferecidas paralelamente duas opções de motores ao Opala: 4 ou 6 cilindros, tanto para as versões básicas, quanto luxuosas ou esportivas. Todos os motores usados no Opala foram derivados de motores da Chevrolet Norte-Americana.
Essa mistura, onde combinava-se um motor americano a uma carroceria alemã, curiosamente resultou na peculiaridade de conviverem no mesmo projeto componentes com especificações técnicas baseadas no sistema de medidas Inglês, nos componentes do motor e transmissão, e no sistema métrico usado na Alemanha e no Brasil nas demais partes do veículo.
Dentre as qualidades do Opala, é notável o acerto dos freios, direção, velocidade e suspensão bastante equilibradas, aliado a isto, o conforto de um carro potente e com bastante torque, o que resulta em saídas rápidas e muita força em subidas de serra e ultrapassagens mais que seguras na estrada. Apesar do tamanho, é um veiculo fácil de conduzir na cidade.
O Opala SS, a versão de caráter esportivo do Opala, lançado em 1970, estreava o motor 4100 e tornou-se o carro mais rápido do Brasil, à frente do Dodge Charger R/T e do Ford Maverick GT.
A sigla "SS" significa Separated Seats (Bancos Separados), embora a sigla "SS" tenha objetivo de conferir um perfil esportivo ao Opala, onde um pacote de elementos decorativos incrementavam o visual do carro. Daí vem a outra definição conhecida para a sigla, Super Sport.
A versão SS foi oferecida também com 4 portas, somente em 1971. Posteriormente ganhou a opção do motor 2.5 quatro cilindros, que durou até 1980 quando infelizmente já tinha perdido grande parte de sua caracterização esportiva.
Caravan SS 1978
Em 1975, a linha Opala (que recebia uma reestilização mais abrangente) ganhava a versão Station Wagon chamada Caravan. Desenvolvida a partir da carroceria da Opel Rekord C Caravan, trazia grande espaço para bagagem, com as mesmas opções de motores que equiparam as versões sedã e cupê, inclusive a versão Caravan SS, onde havia a opção dos motores 250-S e 151-S.
Para o ano de 1980 o Opala passou por uma forte mudança de estilo a fim de se adequar à moda das formas retangulares dos carros nos anos 80. Um novo desenho da frente e da traseira, com faróis e lanternas retangulares, embora a parte central da carroceria fosse mantida igual. Em 1981 mudava por dentro, ganhando um novo painel de instrumentos. A partir daí, seguiram alguns retoques em detalhes estéticos, e aprimoramentos mecânicos, até o fim da sua produção.
Várias organizações no Brasil adotaram o Opala e Caravan como veículos de suas frotas, foram muito usados como viatura de Polícia e Ambulância, respectivamente. Sua confiabilidade, robustez e facilidade de manutenção, também fizeram do Opala um dos carros mais utilizados como Táxi, em sua época.
A mecânica inteira do Opala também serviu de base para vários outros carros esportivos fora-de-série e réplicas fabricadas artesanalmente. Dentre estes destacam-se o Santa Matilde e o Puma GTB.
O Opala é um carro bem sucedido também em competições. Ressaltam-se as provas de Stock Car e Turismo, onde o Opala era concorrente direto do Ford Maverick. E em provas de Arrancada, onde cada vez têm-se estabelecidos novos recordes de potência, tanto em preparações aspiradas ou turbo alimentados. Em decorrência deste histórico de corridas, inúmeras receitas de customização surgiram, pela facilidade dos ajustes, e grande disponibilidade de peças de alta performance para o Opala.
O Opala é um veículo bastante luxuoso, e com sua mecânica extremamente confiável, ainda é, hoje, objeto de desejo de muitas pessoas, sendo um dos mais cultuados automóveis brasileiros. São inúmeras as aparições de diversos Opalas em Filmes, Novelas, Livros e Músicas.
O último exemplar do Opala foi fabricado no dia 16 de abril de 1992, quando foi produzido o Opala de número 1 milhão. A ocasião mobilizou vários entusiastas e fãs do automóvel a sair em carreata nos arredores da fábrica em São Caetano do Sul, em protesto à retirada do Opala de fabricação.
Uma série limitada especial, do encerramento da produção do Opala, idealizada por Luiz Cezar Thomaz Fanfa, foi batizada Diplomata Collectors. Os últimos 100 Opalas produzidos levam este nome e traziam um VHS sobre a história do Opala e chaves douradas.
O último Opala fabricado, um modelo Diplomata cor vinho, foi cedido pela Chevrolet para o acervo de exposição do Museu da Tecnologia da ULBRA em Canoas, Rio Grande do Sul. O último exemplar fabricado da Caravan (também em 16 de abril de 1992) foi um modelo SL ambulância.
Motorizações
Opala 4 cilindros
Aos primeiros anos do Opala, o motor quatro cilindros de 2509 cm3 (153 pol3) basicamente era uma versão 4 cilindros do Stovebolt Americano. Originalmente desenvolvido para equipar a linha básica do Chevrolet Nova de 1961.
Em 1974, com o objetivo de conferir maior suavidade ao Opala, o motor 4 cilindros recebeu alguns aperfeiçoamentos, a saber: aumento do diâmetro dos cilindros, com pistões com mais leves, bielas mais longas, virabrequim com menor curso, e volante com maior massa. Com isso, a cilindrada foi ligeiramente reduzida para 2455 cm3 (151 pol3), embora ganhava-se grande suavidade no funcionamento, permitindo-se regimes de rotação mais altos.
Este motor ainda passou por mais alguns refinamentos, caracterizando-o como 151-S, com novo coletor de admissão de alumínio, carburador de corpo duplo, e a elevação da taxa de compressão. Essas alterações visaram tornar o motor mais eficiente e econômico, na opção S.
Também foi oferecida a a opção do álcool como combustível, um biocombustível de menor poder calórico, mas que produz mais potência que a gasolina por aceitar uma taxa de compressão mais elevada, além de ser menos poluente. Com isso, os Opalas 4 cilindros a álcool obtiveram acelerações mais rápidas e velocidade final consideravelmente superiores aos modelos a gasolina.
Para manter uma distinção entre as séries de motores, a GM tinha por costume aplicar uma pintura de diferentes cores aos motores em determinadas épocas, como o verde, que indicava que o motor era o 151S com carburação DFV 446, o azul, que indicava o motor 151 com carburador Solex H40 de corpo simples, e o amarelo, que indicava o motor a álcool com carburador Solex de duplo estágio.
Os motores 4 cilindros dos Opalas são reconhecidos pelo torque, robustez, durabilidade e com poucas modificações obtém-se mais potência. A partir de 76, todos os Opalas 4 cil saíram de fábrica com o motor dos SS.
Opala 6 cilindros
O motor de seis cilindros de 3.8 L (230 pol3) utilizado no Opala deriva da 3a geração do veterano Stovebolt. Tinha por características um bloco leve, e sete mancais no eixo virabrequim. Originalmente destinava-se a alguns modelos da GM Americana, dentre eles: Chevrolet Nova, Impala, Chevelle, Camaro, e alguns utilitários leves.
No Brasil, este motor seguiu passando por várias atualizações e inúmeros aperfeiçoamentos, inclusive após o encerramento da produção do Opala. Logo em 1970, adotou virabrequim de curso aumentado, elevando seu deslocamento para 4.1 L (250 pol3). Posteriormente, ao longo do tempo, recebeu pistões mais leves, bielas mais longas. E nos demais veículos posteriores, injeção multiponto e cabeçote com portas de admissão individualizados.
Para manter a concorrência com o Ford Maverick Quadrijet, a Chevrolet desenvolveu em 1976, o famoso motor 250-S, onde uma preparação mais agressiva era conferida ao motor 4100: Tuchos mecânicos, carburador duplo, comando de válvulas com maior duração de abertura, lobe center de 109° e levante de 6,5mm e taxa de compressão mais elevada. Com este novo ajuste, a potência saltou de 115 para 153 cv líquidos — uma sensível melhora da performance.
Opcionalmente, havia um 250-S mais agressivo, homologado para a antiga Divisão 1 da CBA, com taxa de compressão 9,2:1. Havia versões mais comuns do 250 com taxa de compressão de 7,8:1 e 8,5:1, e potências líquidas entre 134 cv a 153 cv, respectivamente, mas todos poderiam ser vendidas normalmente ao publico em concessionárias GM!
Este motor e suas variantes, equiparam também o Chevrolet Omega, os utilitários Chevrolet Bonanza, Chevrolet Veraneio, as pick-ups Chevrolet A20, Chevrolet C20 e Chevrolet Silverado, e alguns utilitários pesados, como o caminhão A60, conhecido como "canavieiro", neste último com capacidade cúbica elevada para 4.9L.
Desempenho dos Modelos
Opala 2500 1969
Combustível: Gasolina
Potência máxima liquida: 80 cv a 4000 rpm
Torque máximo liquida: 16,1 kgfm a 2600 rpm
Velocidade máxima: 162km/h reais
Aceleração 0-100 km/h: 14,1 sec
Comodoro 151S 1977
Combustível: Gasolina
Potência máxima bruta: 98 cv a 4800 rpm
Potência máxima liquida: 88 cv a 4400 rpm
Torque máximo liquido:16,7 Kgfm a 2500 rpm
Velocidade máxima: 168,9 km/h reais
Aceleração 0-100 km/h: 13 sec
Opala De Luxo 3800 1969
Combustível: Gasolina
Potência máxima bruta: 125 cv a 4000 rpm
Torque máximo bruto: 26,2 kgfm a 2400 rpm
Velocidade máxima: 177km/h reais
Aceleração 0-100 km/h: 12,5s
Opala Comodoro 2.5 1986
Combustível:álcool
Potência máxima líquida: 138 cv a 4000 rpm
Torque máximo líquido: 21,8 kgfm a 2000 rpm
Velocidade máxima: 196,9 km/h reais
Aceleração 0-100 km/h: 10,1 s
Opala SS 4100 1971
Combustível: Gasolina
Potência máxima bruta: 140 cv a 4000rpm
Potência máxima liquida 128 cv a 4000rpm
Torque máximo bruto: 36 kgfm a 2000 rpm
Torque máximo liquido 29 kgfm a 2400 rpm
Velocidade máxima: 187km/h reais
Aceleração 0-100 km/h: 11,0s
Opala SS 250-S 1976
Combustível: Gasolina
Potência máxima líquida: 153 cv a 4800 rpm (171 cv brutos)
Torque máximo líquido: 29,7 kgfm a 2.400 rpm
Velocidade máxima: 206km/h reais
Aceleração 0-100 km/h: 9,7s
Diplomata 4.1/S 1986
Combustível: Álcool
Potência máxima líquida: 226,0 cv a 4.000 rpm
Torque máximo líquido: 30,9 kgfm a 2.000 rpm
Velocidade máxima: 240 km/h reais
Aceleração 0-100 km/h: 8,6 s
Como seria hoje:
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